quinta-feira, 13 de setembro de 2012

OLIMPÍADA DE PORTUGUÊS

Declamar um lugar é apresentá-lo com os olhos da alma; é sentir todos os seus perfumes e sabores só com a imaginação; é oferecer aos olhos alheios as mesmas condições para visualizar e saborear cada palavra, cada som, cada cor, cada gosto, cada perfume. Declamar um lugar especial é dizer tudo e nada sobre todos e ninguém ao mesmo tempo; é dizer as coisas como se fossem cantadas aos quatro ventos;
Declamar um lugar especial, como é e do jeitinho que é para cada um, é simplesmente o que fez o 6º ano do Ensino Fundamental da Escola de Linha Pitangueira, nas aulas de Português, quando produziram seus poemas sobre seu lugar.  
Esses poemas foram produzidos com o objetivo de desenvolver e socializar as habilidades de produção desse gênero textual e para participar da Olimpíada de Língua Portuguesa – 2012.
Seguem todas as produções do 6º ano, devidamente identificadas.

MEU LUGARZINHO            (MARCIANO AUGUSTO EIDT)

Moro em São Sebastião
Estudo em Pitangueira
Sou brincalhão
Por isso gosto de feira

Adoro jogar bola
Por isso quero ser jogador
Também gosto de trabalhar
Por isso quero ser agricultor

A comunidade é pequenina
Cabe num só olhar
Tem casas muito bonitas
Da até para imaginar
De manhã quando acordo
Ao cantar dos passarinhos
Fico olhando e admirando
Eles fazendo seu ninho

Adoro essa comunidade
Adoro sim
Agora terminando esse poema
Vou fazendo o fim.


MINHA TERRA       ( JAÍNE ELIARA WILPERT FRIEDRICH)

Como é linda minha terra
Situada lá longe ao pé da serra
Quando chega a primavera tudo acelera
E o roceiro com esperança lavra sua terra

Ao meu redor a mata argentina
O vale coberto de neblina
Na aurora os pássaros a cantar
Pousados na Pitangueira que é meu lugar

A brisa mansa do vento assobia
Quando vem com rebeldia, que ventania
Lá no fundo do vale o riacho murmurava
Eu de vez em quando parava e escutava

Parece que tudo para, hipnotizada
Quanta emoção
O coração acelera apaixonada
Como em outra ocasião

A alegria invade minha alma
Esqueço do mundo, fico calma
Sinto-me cada vez mais criança
Melhorar o mundo, tenho a esperança.
          
MEU LUGARZINHO    (CAROLINE LUIZA STRACK)

Meu lugarzinho não é tão “inho”
É pequeno e também gigante
É enorme quando as pessoas se juntam
E se ajudam a todo instante

Nos dias de chuva é diversão
Vem a pipoquinha e o mate-doce
A família se reúne sem a televisão
Para provar a cuca que a vó trouxe

Tenho alegria e satisfação
De dizer que esse é meu lugar
Aqui tenho família e amigos de montão
Que no meu coração vão ficar

Onde moro tem pés de pitanga
Ao lado de uma mangueira
Sou feliz porque vivo aqui
Na minha bela Pitangueira.


ESSE É MEU LUGAR      (RUDINEI KRAWCZAK)

Repleto de canário
Azul, verde, amarelo
É lindo esse cenário
E mostrar agora quero

Meu lugar é especial
Com o canto do pardal
As pedras são brilhantes
E o pavão é muito elegante

Meu lugar é lindo
Com os cantos dos periquitos
Meu lugar é elegante
Que pena, não tem elefante

Meu lugar é cheio de flores cheirosas
E as pedras será que são curiosas?
Não sabem que aqui tem suruquá?
E vão para a Argentina para escutar?

Aqui tem corruíra
Mas não é Curitiba
Aqui é Pitangueira
Terra de gente faceira.

           
VIVEIROS DE PÁSSAROS E AMORES      (ANDERSON F. DE ARAÚJO)

Meu lugar tem um bom clima
Amigos como se fossem rima
Cheiro bom no ar
E belos passarinhos a cantar

Tem pássaros, gaviões
Que são bem grandões
E comem o milho de dentro do pilão
São pretos como a escuridão

No alto das árvores o suruquá assobia
Na árvore da Pitanga todo dia
E para pegar ele
Debaixo da árvore o gato mia

Quero, quero, quero
Os pássaros batem um lero
Todos eles começam a assobiar
Até parece uma orquestra que começa a tocar

Pitangueira muito singela
Até parece uma passarela
Pitangueira é um lugar grandão
Não importa, cabe dentro do meu coração!


           
MINHA PITANGUEIRA  (WILLIAN M. EVARISTA)

Cheia de árvores
Cheiro de flores
Frutas na natureza
Na minha Pitangueira

Gosto de brincar no rio
Ver os pássaros se reunir
É um rio de flores
Gosto de ver minha família
Alegre ao lado do rio.


O MEU LUGARZINHO    (JULIANE SCHAEFER)


É tão bom viver aqui                                                
Em Linha Bonita       
Porque o lugar já diz tudo                                        
Que é muito bonito                                                   

E o Rio Peperi                                                        
É maravilhoso
Com as águas escorrendo
Vivo a sorrir

O barulho dos porcos
O som dos pássaros
 E ao som do riacho
Brinco com o meu gato

Na minha comunidade
Quando chove
A terra fica molhada
Apagando o pó da estrada

Ao amanhecer
Abro a minha janela
E vejo os pássaros a cantar
Quando a primavera chegar

E ao anoitecer
Vejo as estrelas a brilhar
Junto à fogueira    
Vivo a brilhar.


A CASA DA VÓ      (NEY CARLOS LAMBRECHT)

Gosto de ir
Na casa da minha vó
Ela faz bolachas gostosas
E brinca comigo
Na hora em que volto para casa
Ela me da alguma coisa para levar
Bolo, bombom, amor e carinho
Tudo que fica em meu peito
Bem guardadinho
Falo tchau pra vó e pro vô
E volto pra casa cheio de amor.


O CHEIRO DA COMUNIDADE           (FERNANDO KONRAD)

A comunidade é cheirosa
Cheirosa como a vida
Tem perfume de terra molhada
E gostinho de comida

E o tempo vai passando
Como um passarinho feliz
Que bebe a felicidade
Como uma gota de água

Eu amo a vida que é linda
Como um buquê de rosas
Gosto da cuca da vovó que é gostosa
Assim como um banho de mar

A minha Pitanga tem gosto
De água doce
E o céu dela é tão azul
Como o azul do arco-íris.


MEU LUGAR  (TAÍS VIÊRA)

Eu vivo num lugar lindo
Cheio de pessoas alegres
Andando pela comunidade
Vendo as coisas bonitas

Nos dias em que chove
Sinto cheiro de terra molhada
Fico dentro de casa
Esperando a chuva passar

Na minha comunidade
Tem muitos pés de pitanga
Por isso recebeu o nome de Pitangueira
E é nela que vivo feliz

Ouço o som dos pássaros
Livres a cantar
E suas belas cantigas
Eu vivo a escutar

Escuto também as abelhas
Que trabalham sem parar
Ao anoitecer param de voar
E ao amanhecer voltam a fabricar.



MEU PEQUENO LUGAR         (ANDERSON SEHN)

Minha comunidade
Tem cheiro de felicidade
Mas às vezes fico triste
Porque as pessoas não falam a verdade

Esquecem de falar do perfume das pitangas
Na época de floração
Quando escuto as abelhas cantando
Na Pitangueira do coração

Quando caminho pela comunidade
Escuto os passarinhos cantando
As pessoas como formigas trabalhando
Debaixo do sol forte brilhando

Nesse meu cantinho especial
Vejo as pessoas andando de carroça
Toda gente vive aqui feliz
Tirando seu sustento da roça

Esse é meu lugar
Aqui ajudo a trabalhar
Para minha família
Sempre se orgulhar.

MINHA TERRA, MEU ORGULHO!          (STÉFANI SCHAEFER)

Em 1953 foi fundada
A comunidade de São Sebastião
Pioneiro foi meu avô
Entre outros da região

Faziam missas e cultos
Lá no meio do mato
Eram momentos ocultos
Não eram muito exatos

Havia poucas pessoas
Nova vida foi crescendo
Algumas pessoas foram embora
Outras foram aparecendo

Felizes estamos aqui
Comemorando o seu dia
No dia vinte de janeiro
Com muita alegria

Com o canto do sabiá
Esse lugar é mais especial
A vida é tranquila e serena
Lugar assim não tem igual.


OS PASSARINHOS A BRILHAR   (DIONATHAN RUHOFF)

Meu lugar é bonitinho
Passa ar, passa passarinho
Tenho aqui vida de peão
Sou caboclo de montão

Meu lugar tem passarada
Pica-pau e tico-tico
Tem tucano colorido
Mas tenho medo do seu bico

O cachorro a “acoar”
O canário a cantar
No galho a balançar
E o mundo a encantar

O som da pomba
É fácil de escutar
No canto alegre
Do nosso olhar

Esse é meu lugar
Com cores de todas as cores
Com cheiro de terra molhada
E perfume da Pitangueira em flores.


OLHO A MINHA COMUNIDADE       (LAERSON HAMMES)

Olho a natureza
Sinto seu perfume
Gosto de ouvir o som dela
Nos domingos a todo volume

Ouço os passarinhos
A cantar
Uma bela melodia
Que me faz inspirar

Olho as pitangas
Sinto seu gosto
Amo elas
Sem ter desgostos

Ouço o som dos automóveis
Na estrada de chão
E quando eles passam
Soltam um poeirão

Amo a minha natureza
E a minha comunidade
Que se chama Pitangueira
Com orgulho da sociedade.


                  
MEU LUGAR     (MICHELE WALKER SCHMITT)

No lugar onde eu vivo
Ouço pássaros cantando
Pessoas caminhando
E outras cozinhando

No lugar onde eu vivo
Há abelhas passeando
Borboletas voando
E tucanos cantando

No lugar onde eu vivo
Sinto cheiro da pitanga
Escuto o suruquá que canta
Buscando água lá na sanga

No lugar onde eu vivo
Há também muito eucalipto
Que balançam no infinito
Deixando o verde mais bonito

No lugar onde eu vivo
Existe um gostinho sem igual
De cuca, melado e alegria
De uma Pitangueira especial.

MEU LUGARZINHO...         (MARTINHA NICODEM)

No meu lugar                                    
Ouço pássaros a cantar                          
Vivo muito feliz
E na escola sou aprendiz

Quando aqui chove
A terra se move
Caminhando pela estrada
Sinto cheiro de terra molhada

Aqui tem vários passarinhos
Sentados nos seus belos ninhos
Tem quero-quero, suruquá, chupim
Pena que não tem pinguim

Pitangueira é o nome do meu lugar
Pés de pitanga gostavam de plantar
Pessoas ainda de pitanga tem fome
Por isso deram este nome

Numa noite escura de céu estrelado
Vejo estrelas e também o passado
Deito na grama para descansar
E agradecer a vida e também o meu lar

Por isso eu quero ser “gente”
E entender que sem passado não há presente
Mas é preciso para o futuro olhar
E para o bem de todos sempre trabalhar.


Seguem os textos classificados para a Olimpíada de Português, nos gêneros: CRÔNICA, MEMÓRIAS LITERÁRIAS E POEMA


COISAS DO INVERNO

Inverno é sinônimo de muita roupa e muita gente congelando.
Inverno é aquela sopa que a mãe prepara com muito amor, que a gente não gosta. E engole tudo como se fosse água.
Inverno, para os casais, é só alegria, dormindo juntinhos. E para os solteiros é entender um pouco os pinguins. É também acordar de manhã, às 6 horas, com a sensação de apenas ter deitado. É ir à escola conseguindo pensar somente em uma única coisa: voltar para casa, debaixo das cobertas.
Mas, o melhor do inverno é aquele chimarrão ao redor do fogão, com aqueles irmãos que, às vezes, você tem vontade de extrair da família.
O inferno do inverno é quando um daqueles teus amigos tem as mãos congelando e resolve manter contato físico. Porém, logo vem a recompensa: o “calor” do friozinho. Não tem coisa melhor!
Mas o inverno tem muitas coisas boas: aqueles teus primos chatos não vêm na tua casa por causa do frio. Nas noites de inverno, a gente nem pensa em “TV” ou “PC”, só quer ir para a cozinha se esquentar no fogão à lenha, comer uma batata-doce e ir dormir. Para os pais, época boa essa! Sossega com as gritarias pedindo: “Desliga o computadooor!!!”
Mas o bonito do inverno são as cores: daquela pessoa com o nariz todo vermelho, as bochechas rosadas, o branco da geada, o laranja das frutas (bergamota, laranja e tangerina), o vinho do quentão e a cor saborosa do pinhão e das festas juninas.
Porém, o melhor mesmo do inverno é aquele beijo quente, com gosto de pitanga, que só se encontra no meu inverno e na minha Pitangueira.

GIANE CARLA GROTH – 8ª série / 9º ano
 E.E.F. Linha Pitangueira – Tunápolis - SC



SORVETE DE INVERNO

De nove irmãos, eu era o segundo mais velho. Já morávamos aqui na comunidade de Linha Pitangueira. Naquela época não existia luz elétrica e nem geladeira.
Aprontar era com nós. Nos domingos, fazíamos carretinhas à mão e descíamos pequenos barrancos, como se aquilo fosse um carro de fórmula 1. Com bodoques ou “funda” (palavra alemã, popularmente usada e conhecida antigamente), caçávamos passarinhos. Na escuridão da noite, saíamos para pegar vaga-lumes. Quando víamos um, batíamos para que caísse no chão. Porém, certa noite, confundimos um vaga-lume com o charuto de um homem. Acabamos, então, jogando-o no chão. Nem olhamos para esperar o resultado, apenas saímos correndo como a velocidade da luz.
Mas, naquele tempo, do que mais gostávamos era do inverno. Teve uma vez que nevou. Saímos de casa sem casaco, pois a emoção de ver neve pela primeira vez nos aqueceu. Assim como nos aquecia também o delicioso calorzinho do fogão à lenha e das conversas com a família nessas épocas de muito frio, que não se podia trabalhar na lavoura. Tudo aquilo, junto à deliciosa polenta, à batata-doce e às cucas que a mãe fazia, deixava nosso inverno ainda mais gostoso. Tinha até sorvete, que nós mesmos fazíamos, e em pleno inverno. À noite, antes de dormir, enchíamos um copo de leite com chocolate em pó, ou caldo de cana, e colocávamos no lado de fora da casa. De manhã, quando dava geada, a gente sentava no lado do fogão bem quentinho e saboreava a nossa receita.
Lembrar daquele doce gelado descendo devagar pela garganta me dá muita saudade. Saudade também do calor das histórias contadas e dos sabores da infância que jamais poderei esquecer. Pois é um tempo que já passou, mas cada gostinho ainda mora em mim.

MARIANE PREIS – 7ª série / 8º ano
E.E.F. Linha Pitangueira – Tunápolis - SC
(Texto baseado na entrevista realizada com o senhor Alberto Preis)

  
MEU PARAÍSO           

O meu lugar não é pequeno nem grande
Para mim tem muito valor, uma riqueza gigante
Contar esse lugar me faz perder o juízo
Porque ele é sim um imenso paraíso   

Lá fora o cheiro de terra molhada
Acompanhado de uma fina chuva gelada
Essa chuva é milagrosa, ajuda a regar as plantações
Que o produtor plantou, como o milho que já vem de gerações

Ao anoitecer os vaga-lumes vão dançando pelo ar
Parecem muito com o Natal, com suas luzes a brilhar
Ao amanhecer o galo canta
E da cama a gente levanta

O suruquá na Pitangueira vai cantando
E do outro lado do terreiro o sabiá assobiando
A corruíra e a andorinha passam cantarolando
E no horizonte as garças vão branqueando

Tudo isso cabe num só olhar
Desde a imensa mata da Argentina
Ao lado dela o rio Peperi, com sua água cristalina
E o pôr-do-sol beijando as pitangas do meu lugar!
JÉSSICA BAUMANN – 6º ano – E.E.F. Linha Pitangueira
 

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